Tchau, 2020!

Quem diria que o ano de 2020 seria tão caótico como foi, não é mesmo?! Iniciei o ano chorando com medo de nunca mais ouvir a voz da minha mãe, em um lugar onde eu estava me sentindo super desconfortável – acho já poderia imaginar que não viria coisa boa pela frente. No início do ano, decidi que era hora de fazer pós graduação e me inscrevi no curso de MBA em Marketing Estratégico e fui madrinha de casamento pela primeira vez – a sensação foi incrível, principalmente por ter sido escolhida pra passar um momento tão especial tão de perto assim. O que aconteceu logo depois, bom… os noticiários já mostravam que algo estava muito errado na Itália, um vírus estava matando muitas pessoas diariamente e não sabiam explicar muito bem o que era.

No meu trabalho fomos informados de que não era mais seguro sair de casa e, por isso, estavam implementando o sistema home office para toda a empresa… arrumei minhas coisas pensando que voltaria no mês seguinte, mas agora já fazem mais de 9 meses. Ainda não foi criada uma vacina segura contra o vírus e, agora que acabamos de passar pelo final de ano, as pessoas fizeram muita aglomeração e o resultado disso são hospitais começando a lotar novamente.

Mas não dá pra falar só sobre coisas ruins… afinal, minha mãe foi curada de um câncer, minha família conseguiu se manter firme diante da pandemia, só eu tive o vírus e deu tudo certo. Me formei no MBA, abri uma loja online que tem crescido com a ajuda do meu amor e de um amigo de infância e consolidei algumas amizades que me fazem bem. Fora isso, passei muito mais tempo com minha família e não existe dinheiro que pague isso.

Resolvi voltar a escrever aqui porque me peguei lendo o meu primeiro blog e os posts mais antigos desse e, sério… como é bom poder reviver um pouquinho do que eu estava pensando e sentindo nos anos anteriores. Descubro muitas coisas sobre a antiga Juliana e quero continuar conseguindo ver minhas mudanças de gostos e pensamentos.

Recomendo!

Beijos,

Ju

Câncer

Estive pensando em como minha vida mudou nos últimos anos. Especialmente em como mudei de dentro pra fora. Meus pensamentos, meus conceitos…

Acho que quando li “maligno” no resultado daquele exame, principalmente, muita coisa dentro de mim mudou. Sabe quando você percebe que nada mais pode te abalar? Quando você lembra de tantas dores e decepções, e percebe que nada consegue chegar próximo dessa dor que agora toma conta de você? E me senti mal por nunca dar a devida atenção à pessoas que passaram por isso – que também enfrentaram de perto essa doença.

Gostaria de dizer para você que descobriu que tem câncer de tireóide: esse não é o seu fim. Fique calmo. Sei que quase ninguém mais lê esse blog, e que blogs estão cada vez mais ultrapassados, mas vi nesse meu canto uma forma de talvez ajudar ALGUÉM que nunca tenha ouvido falar disso e que também vai se assustar com o termo.

O processo é simples. Você descobre que tem o câncer, vai ao cirurgião que vai marcar a cirurgia para retirar o tumor e depois ele pede exames para decidir qual tratamento seguir. Não é necessário nenhum tratamento agressivo, como quimio. Talvez seja necessário fazer iodoterapia. Mas enfim… segundo o médico, ninguém morre de câncer de tireóide.

Passar por isso te faz repensar sua vida e tudo que realmente importa. Mas é uma fase e como toda fase na nossa vida, serve como aprendizado.

Espero que esse desabafo sirva como respiro a alguém.

Estou aqui para conversar com quem precisar. Sei o quanto é importante para quem está passando por isso.

Beijos,

Ju

 

Por que o incômodo?

Ao longo dos anos, com todas as voltas que o mundo dá, eu sempre sinto a necessidade de voltar aqui.

Escrever.

Colocar pra fora o tanto de pensamento que fica engasgado aqui dentro de mim. Eu não consigo pensar igual todos pensam, não consigo concordar. Sabe quando você está em uma rodinha de pessoas e o papo vai totalmente contra tudo que você acredita e todos seguem concordando? Pois é, isso tem acontecido tanto… e eu simplesmente me calo. Me calo por não querer ter que ensinar algo que deveria ser tão óbvio, tão natural. Por que as pessoas têm sempre a necessidade de apontar o dedo para as pessoas que são diferentes delas? A necessidade de querer cuidar do cabelo do outro, do jeito do outro, da sexualidade do outro. E por que o outro é o errado? Por que alguém tem que ser errado, afinal de contas? E pelo que percebo, essas pessoas são sempre julgadas como erradas simplesmente por existirem e cuidarem de suas vidas como acham que devem, sem fazer mal à ninguém.

Sabe, eu acredito que poucas pessoas saibam disso, mas na minha primeira faculdade, de Tradutor e Intérprete, fiz amizade com um cara super legal. Ele estava sempre radiante e com bons conselhos para dar e carinhosamente havia me apelidado de “lindosa”. Ambos deixamos a faculdade e mantínhamos contato apenas pelo facebook, afinal, a vida é sempre muito corrida para encontrarmos nossos amigos, né? Mas certo dia um post me chamou atenção, nele estavam dizendo que meu amigo estava desaparecido. Nos comentários eu procurava respostas, mas ninguém sabia o que realmente havia acontecido. Muitos dias se passaram, e recebemos a notícia: ele foi encontrado entre a vida e a morte em um hospital, pois havia sido espancado por um grupo de homofóbicos em um ponto de ônibus enquanto voltava pra casa. E então ele morreu. Simples assim. Por simplesmente ser.

Ok, mas o que essa história tem haver com tudo isso?

Hoje é um tal de querer falar “É menino ou menina?” “Nossa, mas que desperdício esse artista dançando com aquele outro que nem sei se é homem ou mulher!” GENTE – por que o incômodo? Eu não consigo entender onde está o desperdício. Não consigo entender o que vai mudar na vida de alguém saber a sexualidade de outra pessoa. Saber o motivo por alguém estar deixando o cabelo crescer. Tentar fazer piada com o jeito do outro. Não consigo entender.

Por que o incômodo?

Por que?

 

Finais…

Esse Natal não foi como sempre costumou ser. A casa não lotou, meu cachorro não surtou e, principalmente, não nos exaustou. É tão estranho quebrar tradições, sabe? Eu me senti realmente mal e hoje preciso refletir sobre o fim. Até porque, estamos no fim de um ciclo gigantesco que é um ano. Sim, um ano é gigantesco, muita coisa acontece ao longo de 12 meses, 365 dias, por mais que não pareça. Todos ao meu redor dizem que o ano voou, mas será que o motivo disso é realmente a velocidade do mundo, ou a nossa velocidade mudou? Sinto que estamos tomados por uma ansiedade que não nos permite mais viver os momentos. Estamos sempre esperando por algo: concluir faculdade, aquela viagem que você sempre sonhou em fazer, aquele fim de semana na praia, o fim do expediente, o salário no fim do mês… Percebem quantos finais? Bom, comecei esse texto falando que preciso refletir sobre o fim, que é um grande tabu na minha vida. Eu sempre fui muito criticada por nunca terminar ciclos, e devo concordar que costumava fugir disso, afinal, o que vem depois? Um grande exemplo disso é a faculdade, que finalmente concluí depois de quatro anos que, adivinhem… voaram! Agora sinto um vazio, como se não tivesse mais nada a fazer, mas ao mesmo tempo falta tanto para conquistar. Provavelmente irei fazer uma pós graduação logo em seguida, tenho uma casa pra terminar, uma família pra construir e filhos pra criar… a única coisa que eu preciso, e não só eu, é ter calma. Se todos estamos caminhando para o fim, por que ter tanta pressa, tanta ansiedade? Precisamos viver um dia de cada vez, como se ele fosse único – e eles são únicos.

2017 foi um ano muito positivo. Muito mesmo. Aprendi que amor não é algo que se cobra, ele simplesmente flui, é leve e é sim muito bonito. Aprendi que as coisas nunca serão como nós planejamos, e que, muitas vezes, o ideal é não planejar. Aprendi que amizade tem que ser recíproca e extremamente sincera, e se não for, não é amizade. Aprendi que o amor entre pais e filhos é a energia mais linda do mundo, não importa a circunstância, o amor prevalece sempre. Aprendi que não somos obrigados a gostar de tudo, mas que muitas coisas são necessárias e o respeito vem acima de tudo. Aprendi que em muitos momentos o melhor é o silêncio. Aprendi que todas as pessoas que passam por nós, deixam um pouco de si e levam um pouco de nós. E aprendi também que metas e objetivos são necessários pra nossa saúde mental.

Que 2018 seja leve.

 

 

 

Sobre concentração, foco e ansiedade

Hoje é um daqueles dias em que a ansiedade não está me deixando me concentrar em absolutamente nada que preciso fazer. Enquanto escrevo isso, tenho meu relatório de estágio incompleto e com prazo expirando ao lado do teclado, o roteiro da apresentação da próxima banca de tcc por fazer e um projeto muito legal que quero por em prática logo, mas que nesse momento não posso me entregar por completo a ele.

Em paralelo à tudo isso, tenho obrigações com minha casa nova, com minha família, comigo mesma, com meu trabalho… mas acredito que a coisa que mais vem me atormentando no momento é a minha obrigação comigo mesma, para ser sincera. Me pego olhando pro nada as vezes, meio sem rumo e sem saber o que fazer em meio à tantas coisas para fazer – ok, sei que parece estranho, mas ao mesmo tempo sei que não sou a única a sentir isso. É normal. E isso é o mais bizarro de tudo.

Já perceberam que a vida ‘normal’ hoje em dia se resume em ser bem estudado e bem sucedido? É como se nossa felicidade dependesse única e exclusivamente disso, quando na verdade não conseguimos mais nem mesmo respirar um ar puro e sentir a sensação de liberdade e de conexão com a natureza. Li algo esses dias onde dizia mais ou menos que ‘o normal hoje, é sair na rua e seus olhos estranharem a luz do sol, por vivermos dentro de casas, prédios, em frente à telas de computador, de luzes artificiais (…)’. E ao mesmo tempo, sem isso não conseguiremos dinheiro para termos como desfrutar de momentos em lugares especiais, de viagens ao redor do mundo, de coisas básicas como nosso alimento. E no fim das contas é tudo sobre dinheiro. Contas que tiram o sono, desejos que só podem ser alcançados através dele, enfim.

Precisava colocar pra fora um pouco do que tenho aqui dentro.

Tantos pensamentos ocorrendo em poucos segundos.

Vou deixar aqui uma das músicas que tem me ajudado a respirar um pouquinho mais, e logo que puder, faço uma playlist pra ajudar quem também está passando por essa bad trip. Hahaha!

Beijos,

Ju